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O silêncio desce assim que o sol se vai
Até o mar se assusta quando a lua cresce.
É assim que as coisas são. Todo mundo sonha quando a noite cai.

Jully sonhava também.
Jully sonhava sempre. E sempre sonhava tanto que não sabia quando era sonho e quando era só verdade que sabia de cor.
Só verdade porque Jully gostava mais do sonho. A verdade para a menina era tão pouca tão a mesma todo dia, que sonhar a tornou muito melhor.

Jully só não gostava quando sonhava com aqueles bichos, que assustam e dão medo.
Mas sempre dava um jeito, antes que tudo ficasse ruim, ela simplesmente acordava mais cedo.

E quando acordava assim de repente, fingia que tudo era sonho novamente.
E tudo era tão gostoso naquele mundo estranho e diferente.
Outra vista, um quartinho diferente, era o que Jully sonhava e imaginava.
As vezes até outra casa mais engraçada, outro mundo ou outra cidade.
Era tão bom fazer de conta que tudo aquilo era verdade

Rodrigo fernandes